A crioterapia é um método terapêutico no qual partes do corpo são
submetidas a baixas temperaturas com o objetivo de tratar lesões ou
mesmo recuperar a musculatura.
Muito utilizada por corredores e também atletas profissionais de
outras modalidades, a crioterapia é um método terapêutico no qual
partes do corpo são submetidas a baixas temperaturas com o objetivo de
tratar lesões ou mesmo recuperar a musculatura após uma prova ou treino,
principalmente de grande intensidade. Esse tipo de terapia prevê a
aplicação do frio, em forma de água, gelo ou mesmo gás, para remover o
calor corporal e diminuir a temperatura dos tecidos. "O efeito dessa
aplicação é a vasoconstricção e a consequente diminuição do aporte
sanguíneo, o que provoca redução das dores e relaxamento da
musculatura", afirma David Homsi, especialista em fisioterapia esportiva
e musculoesquelética, dizendo que a utilização medicinal do gelo como
terapia vem desde a antiguidade.
O fisioterapeuta explica que o
efeito sobre a dor se dá por conta da velocidade da condução nervosa,
que diminui proporcionalmente ao resfriamento. Com isso, a terapia é
indicada para tratar fraturas, consolidadas ou em fase de consolidação, e
pós-lesões traumáticas, como entorses e luxações. Após os treinos ou
provas, ressalta Homsi, os benefícios da aplicação incluem diminuição da
tensão muscular, relaxamento, analgesia, melhora na circulação e
incremento na força e resistência dos músculos. "A intensidade do treino
não é fator determinante para a aplicação, pois mesmo um treino não
muito intenso pode causar dores em decorrência dos que foram realizados
anteriormente", salienta.
A temperatura ideal para a aplicação,
de acordo com o fisioterapeuta, é de 12° C, e o tempo pode variar de 3 a
5 minutos. As formas mais usuais são por meio de imersão em água com
gelo ou bolsas de gelo - neste caso é preciso cuidado em relação à
técnica adequada e ao tempo excessivo, pois pode causar lesões no
tecido. "No caso da imersão aplicada aos pés, é possível que haja uma
isquemia (diminuição do suprimento sanguíneo) e o corredor não sinta as
pontas dedos, por conta das poucas terminações nervosas existentes nessa
parte do corpo. Nesse caso, uma boa saída é utilizar uma proteção
cirúrgica na ponta dos dedos", comenta.
Segundo Homsi, a
crioterapia pode ser feita por qualquer pessoa, desde que orientada por
um fisioterapeuta ou pelo treinador. Isso porque há algumas restrições
em relação à aplicação, que não deve ser feita na área do aparelho
reprodutor ou perto de grandes vasos ou artérias. Há ainda
contraindicações, quando há alguma ferida aberta no local ou em pessoas
com algum tipo de lesão nervosa que diminua a sensibilidade. Também não é
recomendada em casos de infecções de pele e gastrointestinais, sintomas
agudos de trombose venosa profunda, doença sistêmica e tratamento
radioterápico em andamento.
Matéria publicada no site Terra
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